segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O regresso da MONSTRA



De 9 a 15 de Março, Lisboa vive o Festival de Animação
Cinco espaços ocupados na 8ª edição


A MONSTRA Festival de Animação de Lisboa, procura manter nesta oitava edição, a postura de mostrar o melhor do cinema de animação a nível internacional, assim como fomentar o diálogo entre as artes de animação e outras artes.
Apresentam em comunicado de imprensa as suas palavras chave que devem servir à essência deste festival: “apresentação, divulgação, competição, formação, diálogo, encontro, discussão, experimentação, produção e edição na arte da imagem em movimento!” Assim seja, durante esses 7 dias de Março.

O espaço de excelência do MONSTRA será o Cinema S. Jorge, mas o festival terá ainda apresentações e actividades no Museu da Marioneta, Museu do Oriente, Museu Nacional da Etnologia e Teatro Meridional, ocupando na totalidade cinco espaços na cidade de Lisboa.
A estreia do filme “28” de José Manuel Xavier servirá a abertura do festival. Uma longa que é uma homenagem a Lisboa, aos eléctricos amarelos e aos artistas futuristas de nacionalidade portuguesa. A projecção será acompanhada pela banda sonora (ao vivo), do compositor António Sousa Dias, que a compôs e agora a executa.
Em 2009, o Festival tem em competição obras de longa-metragem de animação. As obras candidatas a concurso que serão analisadas através da qualidade cinematográfica, animação, plástica, estética e narrativa. Destacam-se as longas metragens de animação “Fear(s) of the Dark”, de múltiplos realizadores e “Sita Sings the Blues”, de Nina Paley, vencedora do prémio de melhor filme em vários festivais internacionais incluindo um dos mais prestigiados festivais de animação mundial, o Annecy Film Festival.
Haaverá ainda um espaço para a competição de filmes de estudantes, que correspondem a obras de curta-metragem. O programa competitivo do festival será composto por sessões competitivas com uma duração de cerca de 60 minutos cada.
De uma forma genérica e apresentando a linha desta edição, a MONSTRA traz consigo, este ano, uma série de propostas e actividades que procuram olhar para o movimento Dadaísta e para a Suiça, onde em 1916 foi proclamado o manifesto. Comemoram-se então os 93 anos do Manifesto Dadaísta e os 90 anos da sua expressão inicial no Cabaret Voltaire, por isso evidenciam-se os precursores do movimento nas noites longas do festival, onde haverá certamente tertúlias artísticas, com conversas, happenings e concertos. Pela qualidade e diversidade dos cineastas de animação suíços e sucessivas gerações de artistas como Gisele e Ernest Ansorge, G. Schwizgebel, Brother Guiaumme entre outros, a Suiça surge, assim, como convidado desta oitava edição. As retrospectivas de vários autores merecerão destaque na MONSTRA 2009 a par da exposição de originais de Georges Schwizgebel e da instalação interactiva de Otto Alder. Relevo ainda para estreia em Portugal da Longa Metragem dos Irmãos Guillaume Bros and Comp. e a realização de um programa dedicado à Sensualidade e Erotismo do suíço Bruno Hedera.
Há também a comemoração dos 100 anos do manifesto futurista, que em 1909 proclama o cinema como uma das artes a ser desenvolvida, e dos 90 anos da Escola Bahaus. Muito do cinema vanguardista dos anos 20 é fruto deste movimento, pelo que se destacarão alguns dos principais autores desta geração e por ela influenciada.
Além das projecções de filme o MONSTRA promove uma série de outras actividades. aproveitando anualmente a presença de especialistas internacionais, organiza um largo conjunto de masterclasses e workshops dirigidos a todos os públicos; uma exposição de marionetas e originais do filme de José Miguel Ribeiro, intitulada “Passeio de Domingo” estará patente no Museu da Marioneta; e ainda a “Monstrinha”, espaço pioneiro nos festivais da cidade, promotor do encontro entre as crianças e os jovens e a arte da animação. Para além de sessões de filmes no Cinema São Jorge, terá também sessões no Museu de Etnologia, no Teatro Meridional e Fundação Oriente alargando-se assim a diferentes espaços com captação de diferentes públicos infantis. Com uma programação específica adaptada segundo as idades do seu público, a “Monstrinha” dividir-se-á em 3 faixas etárias (3-6, 7-12 e maiores de 13 anos), tendo em exibição cerca de 20 curtas e longas-metragens de animação, bem como vários ateliers onde as crianças poderão dar os primeiros passos nesta arte, construindo a suas próprias ferramentas.
7 dias para ver cinema de animação, aprender, experenciar e aproveitar mais uma edição do “MONSTRA”.
ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (06.02.2009)

Plano anti-crise baseado no sector cultural e indústrias criativas


A semana passada, o presidente da Fundação de Serralves, António Gomes de Pinho, propôs ao Governo a «criação urgente de um plano anti-crise baseado nas potencialidades do sector cultural e das indústrias criativas. Adiantou, em comunicado, o conteúdo da proposta que defendeu, posteriormente, num jantar-debate organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI) e realizado na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto.
O responsável defende que «a cultura tem um papel fulcral nos momentos de crise» e considera que «o pacote de medidas que propõe não ultrapassará um custo de 50 milhões de euros».
Gomes de Pinho defendeu que «as enormes potencialidades reveladas por iniciativas recentes a que a Fundação de Serralves esteve associada permitiram detectar algumas centenas de projectos economicamente viáveis e de rápida concretização».
Revelou que entre o pacote de medidas se inclui a isenção de taxação de direitos de autor por um prazo de três anos e o apoio à reconversão de espaços fabris encerrados, para instalação de núcleos de empresas criativas, em colaboração com as autarquias. Advoga também a facilitação do acesso ao capital de risco e ao crédito, dentro de determinados valores. Gomes de Pinho pretende também «a criação de um passe cultural nacional, para facilitar o acesso da população às manifestações culturais, apoiando deste modo as instituições culturais».
Defendeu também a criação de um programa de inventário e restauro de bens culturais móveis e imóveis, em colaboração com os museus, a igreja e as autarquias. A criação de um programa intensivo de formação em gestão empresarial para jovens candidatos à criação de empresas culturais, em colaboração com as escolas de gestão e as instituições culturais mais relevantes do país é outra das propostas incluída por Gomes de Pinho neste pacote de medidas de aposta no desenvolvimento contra a crise.
Gomes de Pinho considera que «este plano terá, no curto prazo, um forte impacto na criação de emprego qualificado para as camadas mais jovens e contribuirá, a médio prazo, para a reconversão do tecido empresarial português, conferindo-lhe maior competitividade e inovação».

ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (06.02.2009)

Os cinemas portugueses perderam 400 mil espectadores em 2008

Em 2008, e pelo segundo ano consecutivo, as salas de cinema portuguesas perderam espectadores. De acordo com dados preliminares do ICA, em 2008 passaram 15,9 milhões de pessoas pelas salas de cinema, o que representa menos 400 mil espectadores do que em 2007.
Apesar disso, segundo o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), houve um aumento das receitas de bilheteira. Exibidores e distribuidores contabilizaram 69,9 milhões de euros de receita bruta de bilheteira, ou seja, mais 800 mil euros do que no ano anterior, um acréscimo que o ICA justificou com a possível subida do preço dos bilhetes. Em 2008 estrearam-se 233 longas-metragens, 14 das quais portuguesas e 106 de produção norte-americana.
No top dos mais vistos em Portugal encontra-se o musical "Mamma Mia!", com 851 mil espectadores e 3,7 milhões de euros de receita de bilheteira, seguindo-se "Madagascar 2" (731.427 espectadores) e "Kung Fu Panda" (604.489).
Apesar de ter estreado a 20 de Dezembro de 2007, "Call Girl", de António Pedro Vasconcelos, liderou na listagem dos filmes portugueses mais vistos de 2008, com 175.808 espectadores. Em segundo lugar figurou "Amália, o filme", de Carlos Coelho da Silva (136.798 espectadores), e em terceiro "Arte de roubar", de Leonel Vieira (28.917 espectadores).
A Lusomundo, que detém 51 por cento da quota de mercado na exibição em Portugal, foi a que mais lucrou em 2008, com 35,7 milhões de euros - uma receita bastante superior à das restantes exibidoras do "ranking". A Socorama - Castello Lopes Cinemas arrecadou 13 milhões de euros e a UCI 9,3 milhões de euros.

ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (06.02.2009)