A semana passada, o presidente da Fundação de Serralves, António Gomes de Pinho, propôs ao Governo a «criação urgente de um plano anti-crise baseado nas potencialidades do sector cultural e das indústrias criativas. Adiantou, em comunicado, o conteúdo da proposta que defendeu, posteriormente, num jantar-debate organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI) e realizado na Fundação Cupertino de Miranda, no Porto.
O responsável defende que «a cultura tem um papel fulcral nos momentos de crise» e considera que «o pacote de medidas que propõe não ultrapassará um custo de 50 milhões de euros».
Gomes de Pinho defendeu que «as enormes potencialidades reveladas por iniciativas recentes a que a Fundação de Serralves esteve associada permitiram detectar algumas centenas de projectos economicamente viáveis e de rápida concretização».
Revelou que entre o pacote de medidas se inclui a isenção de taxação de direitos de autor por um prazo de três anos e o apoio à reconversão de espaços fabris encerrados, para instalação de núcleos de empresas criativas, em colaboração com as autarquias. Advoga também a facilitação do acesso ao capital de risco e ao crédito, dentro de determinados valores. Gomes de Pinho pretende também «a criação de um passe cultural nacional, para facilitar o acesso da população às manifestações culturais, apoiando deste modo as instituições culturais».
Defendeu também a criação de um programa de inventário e restauro de bens culturais móveis e imóveis, em colaboração com os museus, a igreja e as autarquias. A criação de um programa intensivo de formação em gestão empresarial para jovens candidatos à criação de empresas culturais, em colaboração com as escolas de gestão e as instituições culturais mais relevantes do país é outra das propostas incluída por Gomes de Pinho neste pacote de medidas de aposta no desenvolvimento contra a crise.
Gomes de Pinho considera que «este plano terá, no curto prazo, um forte impacto na criação de emprego qualificado para as camadas mais jovens e contribuirá, a médio prazo, para a reconversão do tecido empresarial português, conferindo-lhe maior competitividade e inovação».
Artigo publicado no Jornal Semanário (06.02.2009)
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