quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Obras de Miguel Gomes em destaque na Viennale


Constituindo-se como um dos mais conceituados certames da Europa de língua alemã, a Viennale assenta numa selecção de filmes que honra as novidades em todos os géneros e estruturas e a produção que se distancia da estética convencional, assim como a que é politicamente relevante, e decorre até dia 29 deste mês.
O Festival Internacional de Cinema de Viena, o mais importante certame de cinema da Áustria, que, ao longo de 13 dias exibirá uma cuidadosa selecção de novos filmes oriundos de todo o mundo, dedica este ano um programa especial ao realizador português Miguel Gomes.
Ainda no rescaldo do sucesso de “Aquele Querido Mês de Agosto”, o destaque possibilita a projecção de todos os seus filmes exibidos em retrospectiva, desde a curta “Entretanto”, de 1999, num total de oito registos, dois deles longas-metragens, a que acresce “Rapace”, curta de João Nicolau em que Miguel Gomes participou ao nível da montagem.
O festival tem lugar no centro histórico de Viena e tem vindo a conquistar popularidade também entre o público jovem, que todos os anos representa uma parte bastante significativa das audiências presentes nas fabulosas salas de cinema onde o certame se desenvolve, como é o caso do Metro Kino, considerado o templo do cinema naquela cidade.
À excepção das longas-metragens, todos os registos de Miguel Gomes passarão exclusivamente pelo Metro kino. “A Cara que Mereces” é exibida hoje e repete no dia 26 de Outubro, respectivamente no Metro Kino (18h30) e no Künstlerhaus (11h), e “Aquele Querido Mês de Agosto” passou ontem no Metro Kino (21h) e é projectada amanhã no Gartenbaukino (13h).
Este ano, e dando realização a um sonho de há dez anos, a Viennale é promovida por um anúncio de “autor” considerado também como o regresso de um grande realizador – Jean Luc Godard, que cedeu a um velho pedido da Viennale e criou o spot promocional do certame, disperso pelos mais de 100 cinemas da Áustria. Com pouco mais de um minuto, a curta, de seu nome “Une Catastrophe”, é entrecortada por fragmentos de uma frase e “usa” o piano de Robert Schumann.De notar é igualmente o facto de “Aquele Querido Mês de Agosto” estar em cartaz há quase dois meses. O filme, que estreou a 21 de Agosto em Lisboa, Porto e Coimbra, abandona esta semana o Dolce Vita Coimbra e estreia em Braga hoje, no Lusomundo Braga Parque, mantendo-se no El Corte Inglés (Lisboa).

ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (ed.24.10.2008)

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