Teatro do Vestido apresenta “Ilhas”
Residência e Acolhimento no Negócio
Sete anos após o seu primeiro trabalho apresentado na Galeria Zé dos Bois, o Teatro do Vestido voltou a colaborar com a ZDB, através de uma co-produção que envolve residência e acolhimento no NEGÓCIO. Entre 22 de Setembro e 14 de Outubro, o Teatro do Vestido esteve em processo de criação. Agora apresentam o seu trabalho até 25 de Outubro, sempre às 21h30. Com criação e interpretação de Gonçalo Alegria, Simon Frankel, Tânia Guerreiro e Joana Craveiro, responsável também pela direcção, “Ilhas” é a 10ª criação desta companhia.
Quem é o Teatro do Vestido? Fundada em 2001, é uma companhia de pesquisa e criação, constituída por um colectivo multidisciplinar, que colabora ininterruptamente há sete anos. Até agora desenvolveram e apresentaram 9 projectos, passando por Portugal, Glasgow e São Paulo. Os espectáculos que fizeram, por ordem de estreia, foram: “Carta-Oceano”, a partir de Blaise Cendras; “Nunca serei bom rapaz”, a partir das Cartas de Prisão de George Jackson; “Walden”, a partir de Henry David Thoreau; “Exaustos”, “3.Elvira3”, um espectáculo infantil, “Lugar Nenhum”; “Cinzento Grey”; “Skyscapes” e “Tua”. O Teatro do Vestido desenvolve uma dramaturgia própria e característica, que tem sofrido evoluções e desenvolvimentos ao longo destes 7 anos de actividade. Em 2006 iniciaram, em simultâneo, um projecto pedagógico, de nome Zonas, que tem contribuido para a reformulação constante de processos, temas e questões pertinentes dentro da própria companhia.
A equipa do Teatro do Vestido é permanente (Joana Craveiro, Gonçalo Alegria, Tânia Guerreiro) e, recentemente, viu ingressar nas suas fileiras dois novos membros (Rosinda Costa e Simon Frankel), e regressar como actriz um outro membro que já não participava nessa qualidade desde 2006 (Inês Rosado). O Teatro do Vestido colabora ainda com Miguel Seabra Lopes, na área da imagem e assistência ao processo de criação.
A essência deste projecto está exactamente nesse processo de colaboração. Apesar de terem uma direcção artística, que normalmente coincide com a direcção de cada projecto, a companhia tem desenvolvido processos de enorme colaboração e interdisciplinaridade. “Ilhas” é o décimo trabalho da companhia, uma dramaturgia original do Teatro do Vestido, de acordo com as características do trabalho desenvolvido pelo colectivo desde a sua fundação – a companhia trabalha exclusivamente textos originais, construídos com base em diversos pontos de partida.
“Ilhas” é um projecto de pesquisa e criação no qual se propõe investigar um tema que não é necessariamente geográfico, que é cultural, científico, literário. “Quando dizemos Ilhas dizemos entre outras coisas tudo aquilo que nos torna ímpares, únicos, isolados, sozinhos, juntos – falar de Ilhas é necessariamente falar de pontes, de arquipélagos, de formas de viajar de umas para as outras, e também de desencontros, de atrasos e de falhas de comparência. Cruzamos neste projecto referências, autores, ideias, a partir de um percurso que cada criador organizou em cinco capítulos, cujos títulos são já uma declaração de intenções dramatúrgicas - por exemplo: Afogamento; Nuclear; Apocalipse; Um Medo; Esquecimento, Morte e Escuridão; Êxodo; O Passado é todo ele Arquipélagos; Os Insectos; O Inverno; A Paixão.” – explica o Teatro do Vestido.
Em toda a sua construção procuram um aprofundamento do processo colaborativo e apostam num questionamento constante acerca do mundo e das coisas que os rodeiam, que existem no mesmo universo. Em “Ilhas” procuraram e encontraram determinadas ligações entre assuntos e personagens, que de alguma forma, provocam inquietações, que os fazem questionar e que os empurram para uma busca de uma relação, que querem que esteja presente em tudo o que fazem. “(…) perguntando-nos a cada momento qual a nossa relação com os materiais que propomos e qual o seu contributo para a redefinição de quem somos hoje, do que queremos hoje e, claro, do mundo que desejamos. Partindo do princípio de que a política existe em tudo, esta é a nossa forma de a fazermos. Com este teatro coisa que fazemos. E este processo de o fazer.” O resultado desta procura, deste processo criativo, estará em cena até 25 de Outubro.
Residência e Acolhimento no Negócio
Sete anos após o seu primeiro trabalho apresentado na Galeria Zé dos Bois, o Teatro do Vestido voltou a colaborar com a ZDB, através de uma co-produção que envolve residência e acolhimento no NEGÓCIO. Entre 22 de Setembro e 14 de Outubro, o Teatro do Vestido esteve em processo de criação. Agora apresentam o seu trabalho até 25 de Outubro, sempre às 21h30. Com criação e interpretação de Gonçalo Alegria, Simon Frankel, Tânia Guerreiro e Joana Craveiro, responsável também pela direcção, “Ilhas” é a 10ª criação desta companhia.
Quem é o Teatro do Vestido? Fundada em 2001, é uma companhia de pesquisa e criação, constituída por um colectivo multidisciplinar, que colabora ininterruptamente há sete anos. Até agora desenvolveram e apresentaram 9 projectos, passando por Portugal, Glasgow e São Paulo. Os espectáculos que fizeram, por ordem de estreia, foram: “Carta-Oceano”, a partir de Blaise Cendras; “Nunca serei bom rapaz”, a partir das Cartas de Prisão de George Jackson; “Walden”, a partir de Henry David Thoreau; “Exaustos”, “3.Elvira3”, um espectáculo infantil, “Lugar Nenhum”; “Cinzento Grey”; “Skyscapes” e “Tua”. O Teatro do Vestido desenvolve uma dramaturgia própria e característica, que tem sofrido evoluções e desenvolvimentos ao longo destes 7 anos de actividade. Em 2006 iniciaram, em simultâneo, um projecto pedagógico, de nome Zonas, que tem contribuido para a reformulação constante de processos, temas e questões pertinentes dentro da própria companhia.
A equipa do Teatro do Vestido é permanente (Joana Craveiro, Gonçalo Alegria, Tânia Guerreiro) e, recentemente, viu ingressar nas suas fileiras dois novos membros (Rosinda Costa e Simon Frankel), e regressar como actriz um outro membro que já não participava nessa qualidade desde 2006 (Inês Rosado). O Teatro do Vestido colabora ainda com Miguel Seabra Lopes, na área da imagem e assistência ao processo de criação.
A essência deste projecto está exactamente nesse processo de colaboração. Apesar de terem uma direcção artística, que normalmente coincide com a direcção de cada projecto, a companhia tem desenvolvido processos de enorme colaboração e interdisciplinaridade. “Ilhas” é o décimo trabalho da companhia, uma dramaturgia original do Teatro do Vestido, de acordo com as características do trabalho desenvolvido pelo colectivo desde a sua fundação – a companhia trabalha exclusivamente textos originais, construídos com base em diversos pontos de partida.
“Ilhas” é um projecto de pesquisa e criação no qual se propõe investigar um tema que não é necessariamente geográfico, que é cultural, científico, literário. “Quando dizemos Ilhas dizemos entre outras coisas tudo aquilo que nos torna ímpares, únicos, isolados, sozinhos, juntos – falar de Ilhas é necessariamente falar de pontes, de arquipélagos, de formas de viajar de umas para as outras, e também de desencontros, de atrasos e de falhas de comparência. Cruzamos neste projecto referências, autores, ideias, a partir de um percurso que cada criador organizou em cinco capítulos, cujos títulos são já uma declaração de intenções dramatúrgicas - por exemplo: Afogamento; Nuclear; Apocalipse; Um Medo; Esquecimento, Morte e Escuridão; Êxodo; O Passado é todo ele Arquipélagos; Os Insectos; O Inverno; A Paixão.” – explica o Teatro do Vestido.
Em toda a sua construção procuram um aprofundamento do processo colaborativo e apostam num questionamento constante acerca do mundo e das coisas que os rodeiam, que existem no mesmo universo. Em “Ilhas” procuraram e encontraram determinadas ligações entre assuntos e personagens, que de alguma forma, provocam inquietações, que os fazem questionar e que os empurram para uma busca de uma relação, que querem que esteja presente em tudo o que fazem. “(…) perguntando-nos a cada momento qual a nossa relação com os materiais que propomos e qual o seu contributo para a redefinição de quem somos hoje, do que queremos hoje e, claro, do mundo que desejamos. Partindo do princípio de que a política existe em tudo, esta é a nossa forma de a fazermos. Com este teatro coisa que fazemos. E este processo de o fazer.” O resultado desta procura, deste processo criativo, estará em cena até 25 de Outubro.
ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (ed.17.10.2008)
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