sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sons do mundo rumo a Sines

O regresso das músicas do mundo
FMM em Sines e Porto Covo


Sines já é conhecida como a capital da “world music” em Portugal. Aliás, este é o 11º ano em que esta cidade recebe o Festival Músicas do Mundo (FMM). Entre 17 e 25 de Julho, em Sines (com extensão para Porto Covo), o público poderá assistir a um conjunto de concertos que integra alguns dos melhores projectos ao nível das músicas do mundo.

O Festival de Músicas do Mundo está de volta à costa alentejana, com 37 projectos musicais programados, dos quais mais de 20 estão em estreia absoluta no país. A origem dos projectos tem as mais variadas origens: Europa, África, Médio Oriente, Ásia e Américas.
A primeira parte do festival – 17, 18 e 19 de Julho – tem lugar em Porto Covo. A partir de 20 de Julho, a música transita para os três palcos da cidade de Sines: Centro de Artes de Sines, Praia Vasco da Gama e Castelo medieval. De Cuba chega um pianista – Chucho Valdés – um dos melhores no jazz, que conta já com cinco Grammys ao longo da sua vida artística. Da Índia chega o mestre da “slide guitar”, Debashish Bhattasharya, eleito melhor artista da Ásia / Pacífico nos BBC Radio 3 World Music Awards 2007. Ainda neste grupo de músicos convidados premiados pelo mundo, está o grupo de hip hop senegalês Daara J Family, melhor grupo africano da edição de 2004 dos mesmos prémios, e um dos mais interessantes projectos da folk europeia, a banda polaca Warsaw Village Band, revelação com selo BBC em 2003.
No campo das revelações vêm as cumbias psicadélicas de Chicha Libre e a doce música de intervenção de Rupa & The April Fishes, exemplos do melhor da criação musical cosmopolita com origem nos EUA. Fazem ainda parte deste conjunto de revelações o grupo chinês Hanggai, a cantora israelita Mor Karbasi e o quarteto de jazz britânico Portico Quartet, todos autores de discos de estreia lançados em 2008, com boa recepção.
Além disto, constituem promessas de espectáculos, dada a sua componente visual forte, os congoleses Kasaï Allstars, o brasileiro Cyro Baptista, o argentino Ramiro Musotto, a orquestra de Afrobeat do nigeriano Dele Sosimi e a Orquesta Típica Fernández Fierro, um dos melhores agrupamentos de tango argentino da actualidade.


Em palco sozinhos, mas prometendo também bons concertos, foco no “bluesman” James Blood Ulmer, uma das figuras de referência da música negra norte-americana, no trovador do Burkina Faso, Victor Démé, e em Mamer, um surpreendente jovem cantautor com raízes do interior da China.
Destaque ainda para os italianos Circo Abusivo, numa fusão cigana, para os britânicos The Ukrainians, que nos trazem folk punk, e a mistura de jazz, heavy metal e “world music” da banda finlandesa Alamaailman Vasarat.
Em termos de projectos com origem lusófona, os nomes sonantes são os dos O’questrada, Wyza, que traz música angolana contemporânea, Carmen Souza, com jazz vocal de sabor cabo-verdiano, o duo Assobio, o sitar indiano de Paulo Sousa, o quinteto Melech Mechaya, e ainda Janita Salomé, Uxia Senlle, Acetre, Narf e Manecas Costa.
Um dos concertos imperdíveis será certamente o do cantor Bibi Tanga, natural da República Centro-Africana, que terá a seu lado o DJ francês Le Professeur Inlassable.
A encerrar o festival, no dia 25 de Julho, estará primeiro o jamaicano Lee ‘Scratch’ Perry, uma das figuras mais importantes do reggae e do dub, que terminará os concertos no palco do Castelo, e depois os franco-argelinos Speed Caravan que fecham o festival, junto à Praia Vasco da Gama.
O FMM é uma organização da Câmara Municipal de Sines e tem vindo a dinamizar a cidade através desta festa, além de promover a descoberta de novos artistas e de expressão musical em Portugal. Para este ano, a organização espera mais de 80 mil espectadores. O preço do bilhete para cada noite de música é de 5 euros em Porto Covo e de 10 euros no Castelo. O custo dos espectáculos no Centro de Artes de Sines varia entre os 5 euros (22, 23, 24 e 25 de Julho) e 10 euros (20 e 21 de Julho). Os sete concertos realizados na Avenida Vasco da Gama, junto à praia, têm entrada livre.

ANA MARIA DUARTE

Artigo publicado Jornal Semanário (10-07-2009)

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