quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Colbie Caillat em Lisboa


A menina boa onda e as borboletas na barriga
Apaixonem-se. O verão continua.

Colbie tem pouco mais de 20 anos, mas é uma verdadeira revelação da música pop. Aproxima-se o seu primeiro concerto em Portugal. A menina-mulher com ar bronzeado e voz encantadora estará no dia 21 de Setembro, no Coliseu dos Recreios, para a apresentação do seu primeiro álbum, de nome “Coco”. Espera-se uma noite doce e, usando um lugar comum, de boa onda, ou não fosse ela uma menina de Malibu.

Colbie Marie Caillat é uma “singer-songwriter” oriunda da Califórnia. Começou muito cedo a estar envolvida pela música, já que o seu pai Ken Caillat é produtor, tendo este produzido os álbuns “Rumour” e “Tusk” dos Fleetwood Mac. A banda californiana foi provavelmente a responsável pelo despertar do desejo de cantar de Colbie, mas foi mais tarde, num concerto de Laurin Hill que esse desejo se foi tornando mais certo. Ouviu “Killing me Softly” pela voz dos Fugees, em 1996, e foi ensaiando ao piano, já que só começou a tocar guitarra 8 anos depois, quando já tinha 19 anos. Foi assim que tudo começou.
A sua popularidade começou depois, no MySpace, onde criou um “profile” e foi a número 1 no seu género, de cantora desconhecida e sem editora, durante 4 meses. A responsável por este sucesso de entradas no seu “profile” foi a música “Bubbly” tocada no MySpace milhões de vezes. Em Julho de 2007 lançou “Coco”, o seu álbum de estreia. Colbie Caillat tem trabalhado com vários artistas de algum renome. Em Maio deste ano gravou um dueto com Jason Mraz, de nome “Lucky” para o álbum “We Sing, We Dance, We Steal Things” e fez tournée com os Goo Dolls e os Lifehouse em 2007. John Mayer levou-a para a sua tour de verão este ano, sendo ela responsável pelos concertos de abertura. Até pode ser apelidada de “Jack Johnson” de saias, talvez pelo estilo de música que faz e pela postura de menina de praia e boa onda, mas a verdade é que “Coco” é um bom álbum pop, que junta a sua voz “clean” com o acústico da guitarra e o “know how” do produtor Jason Reeves. Colbie Caillat é responsável por algumas das mais doces melodias do ano e é também a responsável por um dos mais aguardados concertos em Portugal.
Colbie é um fenómeno que parece que já tinha o futuro traçado. "Bubbly" ouve-se em todo o lado. Colbie Caillat tinha tudo para dar certo no mundo da música de hoje: é muito jovem, logo será (e é) apreciada por uma importante parte do público da música pop, que é jovem. Ela é também uma mulher bonita, o que ajuda bastante nos dias que correm. Além da boa imagem ainda é simpática e tem boa voz. Melhor ainda, até tem algumas canções boas. É cantora e compositora, por conselho de seu pai que lhe disse que são os escritores de canções aqueles que conseguem melhores carreiras. Parece que sim.
Talvez as críticas menos simpáticas que surgem sejam fruto de uma pontinha de inveja do seu optimismo. Ela vê as coisas pelo lado positivo. Esse estilo veraneante de quem curte estar na praia, a ouvir um bom som, com os seus amigos. A verdade é que uma menina do papá, com um palmo de cara, tem o dobro do trabalho em provar que sabe o que faz. As editoras não a procuraram, foi ela que, por iniciativa própria, se deu a conhecer.
Quando Colbie colocou "Bubbly" na sua página MySpace despoletou um fenómeno que se traduziu em milhões de "plays" e na escalada até ao lugar cimeiro da lista de artistas ainda sem contrato com páginas nessa rede social. Ela explica o sucesso de “Bubbly” com a letra da canção – o sentir que te estás a apaixonar. Ainda por cima é verão. E por isso as pessoas ainda estão mais abertas a essa sensação. Quando a escreveu, não o fez para ninguém em particular, fez porque o queria sentir outra vez, queria conhecer um “tipo” que causasse esse efeito “borboleta” na barriga.
Colbie é colocada na mesma liga espiritual e até estética de gente como Norah Jones ou Jack Johnson, artífices de uma maneira luminosa de ver o mundo. Colbie Caillat pode ser um fenómeno, mas é igualmente uma novata ainda deslumbrada com o mundo. Uma jovem, não inconsciente, que pisará o palco do Coliseu de Lisboa, a 21 de Setembro. Até lá, apaixona-mo-nos.
Artigo publicado no Jornal Semanário - Setembro (ed. 05.09.2008)

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