quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Extensão do DocLisboa no Porto


Depois do sucesso do ciclo dedicado à obra de Manoel de Oliveira, que trouxe a Serralves cerca de 4 mil espectadores em quase 60 sessões, o cinema volta a marcar presença no Auditório de Serralves. Trata-se de uma extensão do festival DocLisboa em Serralves, que durará 4 dias e que surge como uma oportunidade dos públicos do Porto verem algum do melhor cinema documental que se faz pelo mundo. A mostra tem início hoje, quinta-feira, com a projecção do filme “High School” de Frederick Wiseman, um retrato do sistema escolar norte-americano.
Amanhã, às 21h30, o público terá a oportunidade de ver “End of the Rainbow” de Robert Nugent. O filme francês venceu o Grande Prémio Cidade de Lisboa para a melhor longa metragem. “End of the Rainbow” é um retrato sobre as mudanças trazidas pela mina e o universal desejo humano por uma vida melhor. Revela um mundo em constante mudança e descreve a intimidade de um povo que luta em resposta a essas mudanças, tratando o conceito de conflito.
Sábado serão projectados 4 filmes. Às 15h30, “The Women of Bruckman”, de Isaac Isitan, que venceu dois prémios: o prémio RTP 2 para melhor documentário de Investigação e o prémio Doclisboa/IPJ para melhor filme da Competição Investigações. “The Women of Brukman” conta o caso único de uma cooperativa formada durante o caos económico argentino, com o objectivo de devolver às operárias o seu emprego.
Às 18h, “Queria ser”, de Sílvia Firmino, que foi galardoado com o prémio Sony para melhor primeira obra portuguesa. Conta-nos a história de uma escola primária em risco de fechar no interior de Portugal. Dez alunos, do primeiro ao quarto ano lectivo, numa mesma sala. Um filme que vai à procura de um programa de reforço à leitura e encontra a força, as ambições e os medos destas crianças.
Às 21h30 “Must Read After My Death”, de Morgan Dews - prémio Odisseia para melhor primeira obra e “The Rest of a story” de António Prata, que venceu o Prémio Johnnie Walker para a melhor curta-metragem documental.
No domingo, será projectado Bab Sebta, de Pedro Pinho e Frederico Lobo. Bab Sebta significa em árabe “a porta de Ceuta”, e é o nome da passagem na fronteira entre Marrocos e Ceuta. É o local para onde convergem aqueles que, vindos de várias partes de Africa, procuram chegar à Europa. O filme “Bab Sebta” percorre quatro cidades ao encontro dos tempos da espera e das vozes desses viajantes. Este último venceu o grande prémio Tobis para o melhor documentário português de longa-metragem. Estes dias são uma oportunidade para quem não viu estes filmes. Ainda vão a tempo.

ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (ed. 21.11.2008)

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