sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Tensão dos corpos em “Random”

Hoje e amanhã no Teatro Camões, às 21h, será apresentado o projecto Random, com coreografia de Rui Lopes Graça. Este espectáculo é fruto da colaboração entre duas estruturas: “Objecto Ansioso” e “Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo”.
Um espectáculo criado para cinco intérpretes, com aproximadamente uma hora de duração, cujo propósito é especular sobre uma experiência limite como a morte. Random tem origem exactamente nesse limite, sendo um exercício em torno desse último momento, essa última respiração, própria de um encontro com o limite. Por viver nesse limite, os corpos são tensos, provocam momentos soltos, desconexos e até destituídos de uma narrativa. Fazem fotografias, imagens que são de alguma forma depositadas num espaço de memória que se recria. Imagens que se precipitam de forma aleatória.
Random é um espectáculo onde a pulsão que emana dos corpos dos bailarinos contrasta com a inércia dos objectos que por vezes habitam o palco. Também existe contraste nas sonoridades, que vão desde o ambiente soturno aos ritmos dubstep, electrónica minimalista e experimental, até à música ambiente e acústica enraizada no folk. O ambiente sonoro criado impõe à obra momentos marcadamente distintos entre si e momentos que por vezes se diluem da forma etérea na atmosfera criada. Random é uma obra tensa, obscura e emocional. A estreia de Random é hoje no Teatro Camões a 7 de Novembro às 21 horas com repetição no dia 8 à mesma hora.

ANA MARIA DUARTE
Artigo publicado no Jornal Semanário (ed. 07.11.2008)
fotografias © Adriano Lira

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